Durante muito tempo a educação infantil foi vista como um momento do cuidado, a escola era extensão dos cuidados maternos, e ainda hoje, sofremos resquícios desse pensamento. Porém, estamos avançando e construíndo a concepção de Educação Infantil sob o tripé do cuidar, educar e brincar! Vejamos o artigo de Ana Okada:
O que é ensinado na educação infantil? Saiba mais
Vista muitas vezes como uma etapa menor do ensino, a
educação infantil é definida como a "base" do estudante, dizem
especialistas. "É o momento mais importante da educação, porque você
trabalha a estruturação da criança. Se ela está bem estruturada, ela enfrenta a
adversidade de uma forma muito melhor", defende Fátima Guerra, PhD em
educação infantil e professora da UnB (Universidade de Brasília).
E o que essa educação abrange? De maneira lúdica,
crianças de 0 a 5 anos de idade aprendem a se situar no espaço da escola e da
sala de aula e desenvolvem a coordenação motora, a linguagem e a sociabilidade,
além de entrarem em contato com conceitos de leitura, escrita, ciências,
matemática e artes, dentre outros conteúdos.
Esses conceitos, porém, são dados de maneira diversa da
que é feita nos ensinos fundamental e médio, uma vez que os pequenos ainda
estão aprendendo a lidar com conhecimentos abstratos. "Isso é desenvolvido
por meio de atividades que propiciam a descoberta", explica a pedagoga
Maria Angela Barbato Carneiro, coordenadora do Núcleo de Pesquisas do Brincar,
da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo.
"Havia um preconceito de que a pré-escola não era
escola. No entanto, como os pais deixam a criança cada vez mais cedo [na
escola], agora são ensinados vários conceitos para esses alunos", explica
a pedagoga Maria Angela.
Coordenação motora
Durante a educação infantil, o aluno desenvolve as
coordenações motoras grossa e fina. Com a primeira, é possível localizar as diferentes
partes do corpo, bem como situá-lo no espaço. Com isso, a criança aprende a
controlar, por exemplo, a velocidade do andar e conceitos como "em
cima/embaixo", "esquerda/direita" e "frente/trás".
A coordenação fina é desenvolvida quando a criança começa
a trabalhar com materiais pequenos, tais como massinha e giz grosso. O aluno
faz o "movimento de pinça" com as mãos e, com isso, chega ao uso do
lápis.
A organização do espaço e do tempo também contribuem
para esse aprendizado do controle do corpo. Com uma rotina que se repita todo
dia, a criança consegue antecipar as coisas que vão acontecer e ganha mais
confiança, até mesmo para propor atividades novas.
Letramento
O estudante do ensino infantil aprende conceitos de
letramento, ou seja: ele toma contato com o universo da escrita e aprende, por
exemplo, como são as letras e que a leitura se dá da esquerda para a direita e
de cima para baixo. Ele pode até sair desta etapa lendo e escrevendo, apesar
disso, no entanto, ser objetivo da alfabetização, que ocorre nos primeiro e no
segundo anos do fundamental.
Para conhecer o mundo das letras, a criança deve ouvir
e contar histórias, ver dramatizações e tomar contato com livros infantis. Além
disso, ressalta a pedagoga Maria Angela, é preciso que as crianças possam se
expressar livremente: "Ela deve brincar muito, dançar muito e poder se
expressar de formas diferentes", diz.
Conteúdos
Conteúdos de ciências, matemática e artes, dentre
outros, podem ser trabalhados com crianças, desde que sejam adaptados para sua
idade e sejam dados de forma lúdica. Segundo Fátima Guerra, a ludicidade não
deve ser uma brincadeira dada após as atividades, como "prêmio", mas
é uma forma de expressão da criança. "Pelas brincadeiras e diálogos você
vê muito como a criança está percebendo o mundo e que adultos estão ao redor
dela", diz a professora.
Maria Angela explica a importância da brincadeira não
dirigida, em que a criança pode criar suas regras e fazer descobertas por sua
conta: "[esse tipo de brincadeira] é importante aprender com o próprio
erro, porque com esse erro ela não sofre castigo, já na vida real ela teria um
castigo; assim, através dessa experiência ela pode aprender com o erro e ele
não vira só uma coisa frustrante", diz.
Participação dos pais
Os pais devem estar cientes das atividades que o filho
tem na escola, de acordo com as especialistas. Segundo a professora Fátima, uma
vez que não há separação entre o aluno na escola e a criança em casa, pais e o
estabelecimento de ensino devem ter um relacionamento complementar. Apesar de
haver escolas que não permitem aos pais entrarem no ambiente escolar, a
pedagoga diz que é positivo que os pais participem da vida escolar e, até
mesmo, das decisões pedagógicas.
Fonte: UOL Educação
E vocês, de que forma têm associado o tripé do cuidar, educar e brincar, trabalhado a coordenação motora, o letramento, os conteúdos e instigado a participação dos pais na escola?
E vocês, de que forma têm associado o tripé do cuidar, educar e brincar, trabalhado a coordenação motora, o letramento, os conteúdos e instigado a participação dos pais na escola?
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